O Número Cem

03. agosto 2025 Ana, Desejos 10

(nosso começo, contado por mim)

No dia em que comecei meu novo projeto, faltava uma pessoa. Claro, eu não sabia disso ainda. Só sabia que estava prestes a bater a marca dos 100 apoiadores, e resolvi brincar com o destino.

Enviei uma mensagem pra ele, que tinha acabado de me seguir, e perguntei:
“Quer ser o número 100?”

E ele disse sim. Simples assim. Com gentileza, educação e uma simpatia que me pegaram de surpresa. E eu, que só queria completar uma meta, acabei encontrando alguém que viraria parte do meu cotidiano.

A conversa fluiu como se já nos conhecêssemos. Descobrimos que eu estava em São Paulo naquela semana (apesar de morar em Balneário Camboriú) e ele me convidou pra passear com meu cachorro no parque. Eu aceitei sem pensar duas vezes.

Passei meu endereço e, quando desci, ele estava ali: de pé, do lado de fora do carro, me esperando com a porta aberta. Um gesto simples, mas que já dizia muito. Durante o passeio no parque, meu cachorro o adorou, e eu também senti um carinho. Conversamos sobre tudo e assistimos o pôr do sol. Foi leve, gostoso, diferente.

Depois, voltei pra minha cidade, mas continuamos nos falando. E quando voltei pra São Paulo, ele me chamou pra jantar. Eu topei… e levei três amigas junto. A gente foi pra um barzinho porque eu queria comer pastel e tomar cerveja. E como tudo comigo tende a sair do roteiro, entramos antes da nossa vez e fomos expulsos quando a comida chegou. Por mim, eu não teria pago a conta, pois não conseguimos comer nem beber. Mas ele pagou rs.

Ele foi criado com classe. Eu, sinceramente, raramente via algo sofisticado durante minha infância, isso era coisa de “novela”. Às vezes ele me leva em lugares tão sofisticados que eu nem sei me comportar direito. Mas ele nunca me olha com julgamento. Pelo contrário: me guia com paciência, me explica com carinho e sempre pede o melhor pra mim. O melhor prato, o melhor presente, o melhor lugar.

E quando eu quero algo simples, como comer pastel na calçada, ele topa e curte comigo. Não porque precisa. Mas porque quer estar do meu lado, onde for.

Aos poucos, com gestos, carinho, paciência… e, eu diria, uma boa dose de insistência, ele foi entrando na minha vida. E foi ficando…

Ele me ajudou a mudar pra São Paulo de verdade. Esteve comigo em cada detalhe dessa transição. E agora, passa alguns dias comigo. Já conheceu minha mãe (e conquistou ela rapidinho), conheceu meu irmão (e o levou no estádio do Corinthians, mesmo torcendo pro São Paulo!). Foi a primeira vez do meu irmão lá. Um sonho de infância dele. E ele fez acontecer. Eu fiquei olhando e pensando: “que tipo de homem faz isso?”

Quando cozinho, ele come com prazer, elogia, valoriza. E me apoia em tudo, absolutamente tudo!

Ele vem conquistando meu amor aos poucos, dia após dia. Mesmo sem eu ainda ter dito “eu te amo” com todas as letras, acho que ele sente. Porque tem amor em cada prato que eu faço, em cada café da manhã, em cada abraço apertado, em cada risada que damos juntos, e até na hora em que enfiei um pistache com casca na boca, no aeroporto.

Sim, eu fiz isso. Nunca tinha comido pistache e achei a casca bonitinha. Quando perguntei se era assim que se comia, ele me respondeu com toda a paciência do mundo:
“Não, amor… é assim” e me entregou o pistache certo, já sem casca.

Eu cuspi a casca na mão, com cara de quem fez besteira. E ele levantou calmamente e foi buscar um guardanapo pra mim.

É isso.
Ele me mostra outro mundo, sem me diminuir.
Ele vem de um lugar muito diferente do meu, mas me faz sentir pertencente.
Ele me trata como quem sabe que encontrou algo raro. E eu…
Eu ainda não disse com todas as letras. Mas, no fundo, eu já sei.

Ele é o meu número cem.
Mas também é o número um em tudo o que importa.


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